11º Monarca de Portugal. Nasceu em Viseu, a 31 de outubro de 1391, e morreu em Tomar, a 9 de setembro de 1438.
D. Duarte I nasce em Viseu, apelidado de “o Eloquente” e “o Rei-Filósofo”, foi Rei de Portugal de 1433 até à sua morte.
Era o filho mais velho do rei D. João I e sua esposa, rainha D. Filipa de Lencastre.Duarte recebeu o seu nome em homenagem ao avô de sua mãe, o rei Eduardo III da Inglaterra.
Desde muito jovem, D. Duarte acompanhou o seu pai nos assuntos do reino, tornando-se assim num herdeiro preparado para poder reinar.
Em 1412 foi formalmente eleito por seu pai o seu braço direito.
Ao contrário de D. João I, D. Duarte foi um monarca preocupado em criar consentimento entre as cortes, onde durante o seu curto reinado de cinco anos, convocou as cortes cerca de cinco vezes de forma a se poder discutir assuntos de estado.
D. Duarte deu continuidade à política de incentivo quer à exploração marítima que às conquistas em África.
Em 1437, os seus irmãos, Henrique e Fernando, convenceram-no a atacar Marrocos, de forma a consolidar a presença portuguesa no norte de África, onde se pretendia criar uma base para a exploração do Oceano Atlântico.
A campanha foi mal sucedida e a cidade de Tânger acabou por não ser conquistada, custando a derrot O próprio príncipe Fernando foi capturado e morreu em cativeiro, por recusar-se a ser libertado em troca da devolução de Ceuta, o que lhe valeu o cognome de “Infante Santo”.
O próprio D. Duarte morreu pouco tempo depois de peste.
Fora da esfera política, D. Duarte foi um homem interessado em cultura e conhecimento, tendo escrito livros de poesia e prosa.
Sua Majestade Fidelíssima El-Rei Dom Luís I de Portugal (1838-1889).
A 31 de Outubro de 1838, nasce D. Luís I, “O Popular”
Foi rei de Portugal de 1861 a 1889. Nasceu em Lisboa em 31 de Outubro de 1838 e veio a morrer em Cascais em 1889, aos 51 anos.
D. Luís era filho de D. Maria II e de D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota. Herdou o trono quando tinha 23 anos, por morte do seu irmão mais velho, D. Pedro V, que não tinha descendentes.
Casou com D. Maria Pia de Sabóia, filha de Victor Emanuel II, rei de Itália.
D. Luís era um homem muito culto e de grande sensibilidade artística. Pintava, compunha e gostava de tocar piano e violoncelo, existindo ainda, em perfeito estado de conservação, o seu violoncelo favorito, construído por Stradivarius. Falava correctamente diversas línguas e fez traduções de Shakespeare. Mas era principalmente um homem das Ciências, com uma enorme paixão pela oceanografia, financiando projectos científicos e importantes pesquisas oceanográficas em busca de espécimes dos “7 mares”.
Monarca simpático, muito educado e de temperamento calmo e conciliador, D. Luís era respeitador escrupuloso das liberdades individuais. Do seu reinado ficam para a história três grandes momentos civilizacionais para Portugal e até para o Mundo: a abolição da pena de morte, a abolição da escravatura e a publicação do primeiro Código Civil.
D. Luís morreu no seu palácio de Verão, na Cidadela de Cascais, em 19 de Outubro de 1889. O povo deu-lhe o cognome de o Popular. Eça de Queiroz chamou-lhe o Bom.
5 de Julho de 1911: Morre S.M. a Rainha Dona Maria Pia de Sabóia.
Dona Maria Pia de Sabóia foi Rainha de Portugal pelo seu casamento com o Rei Dom Luís I (27 de Setembro de 1862).
Antes de partir para Portugal, Dona Maria Pia entregou ao síndico de Turim 20 mil francos para distribuir pelos pobres, tendo pedido também a Vítor Emanuel II, seu pai, para decretar uma amnistia para todos os presos políticos. O pedido de Dona Maria Pia foi acedido.
Nasceu em Turim a 16 de Outubro de 1847, sendo filha de Victor Manuel, então príncipe do Piemonte, mas que mais tarde, em 1849, foi aclamado rei de Sardenha, e em 1867, rei da Itália.
Dona Maria Pia ficou conhecida como O Anjo da Caridade e A Mãe dos Pobres por sua compaixão e causas sociais; entretanto, proferiu uma famosa frase em resposta à crítica de um dos seus ministros devido ao preço das suas extravagâncias: “Quem quer rainhas, paga-as!”.
Com a implantação da República, em 5 de Outubro de 1910, Dona Maria Pia seguiu para o exílio, mas não junto aos restantes membros da família real; partiu para o seu Piemonte natal, onde viria a falecer no ano seguinte, a 5 de Julho de 1911.
Momentos antes de expirar, pediu que a voltassem no leito na direcção de Portugal, país onde permanecera durante quarenta e oito anos.
Espera ainda hoje que seja cumprido o seu último desejo, o regresso a Portugal, onde possa descansar em paz junto do marido, dos filhos, dos netos e da restante família.
É o único membro da família real exilada que não voltou para Portugal.
31 de Outubro de 1411 – Acordo de paz entre Portugal e Castela, assinado em Ayllón (Segóvia), pondo fim à Guerra da Independência.
Passam 611 anos sobre esta acordo que pôs fim às discórdias entre Portugal e Castela.
O rei português comprometeu-se a perdoar aos portugueses que andaram em Castela e tomaram o partido de D. Beatriz. E o rei de Castela fez o mesmo em relação aos castelhanos que se refugiaram em Portugal.
Este último também se comprometeu a não apoiar o infante D. Dinis, filho de D. Pedro e de D. Inês de Castro, irmão de D. João I.
Na imagem, arco medieval da vila de Ayllón, onde foram celebradas as pazes.
31 de Outubro de 1886: Inauguração da Ponte Luís I (Porto)
A Ponte Luís I, mais conhecida por Ponte D. Luís, teve o seu arco e tabuleiro superior inaugurados a 31 de Outubro de 1886, dia do aniversário do rei D. Luís I.
Esta ponte sobre o rio Douro teve a sua construção iniciada em 1881. A estrutura, suportada por arcos de aço, tem dois tabuleiros rodoviários, o superior com cerca de 390 m e o inferior com cerca de 174 m. Os autores doprojecto foram os alunos do engenheiro francês Gustave Eiffel, Artur Maury e Teófilo Seyrig.
O lançamento dos trabalhos de construção da Ponte Luís I, em 1 de Dezembro de 1881, contou com a presença do rei D. Luís I, da rainha D. Maria Pia, do príncipe D. Carlos, do infante D. Afonso e de diversas autoridades civis e militares do Porto e de Vila Nova de Gaia e decorreu num pavilhão construído no terreiro do mosteiro da Serra do Pilar.
Pela passagem na ponte de peões, animais e carruagens era devida portagem, estabelecida por portaria, com valores que iam dos 5 réis, para peões, aos 240 réis para carruagens de 4 rodas e carroções.
Esta construção veio substituir a antiga ponte pênsil que existia no mesmo local. A construção da ponte pênsil foiiniciada em Maio de 1841 e esteve a cargo da firma francesa Claranges Lucotte e Cª. Ficou concluída no final de1842, foi testada em Janeiro de 1843 e abriu ao público em Fevereiro do mesmo ano. Acabou por ser desmontadaem 1887 por não oferecer condições de segurança, tendo sido substituída pela Ponte Luís I. Da ponte pênsil,apenas restam os pilares.
Estranho é a ponte ter o seu nome oficial como Luís I, e não Dom Luís I, como é popularmente conhecida. Há boatos de que o rei não esteve presente na inauguração e, por causa do “acto desrespeitoso”, a população do Porto decidiu retirar o ‘Dom’. Claro que isso é apenas uma lenda. Nos próprios jornais que datam o período da construção, sempre foi referida como “Ponte Luiz I”. Outras construções, como a da ponte Maria Pia (Dona Maria Pia) mostram que as construções que levaram nomes da família real não recebiam o seu título como governantes.
30 de Outubro de 1826 – Abertura das Cortes no Palácio da Ajuda, discurso proferido pela infanta D. Isabel Maria.
Passam hoje 196 anos. A Câmara dos Pares, nomeada por D. Pedro, é presidida pelo Duque de Cadaval, e a Câmara dos Deputados por D. Frei Francisco de S. Luís, Reitor da Universidade de Coimbra.
À cerimónia de abertura compareceu todo o corpo diplomático, com excepção do representante de Espanha.
Na imagem, a primeira página do discurso da Infanta Regente, D. Isabel Maria, na abertura das Cortes.
Lançado à água o navio Albert Leo Schlageter, futuro Sagres III da Marinha Portuguesa
Construído nos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, é lançado à água, a 30 de outubro de 1937, o navio-escola da Marinha Alemã Albert Leo Schlageter.
No final da II Guerra Mundial, foi capturado pelas forças dos Estados Unidos, sendo vendido à Marinha do Brasil que lhe atribuiu o nome de Guanabara.
Em 1961, o Brasil vende o Guanabara a Portugal por já possuir um navio veleiro idêntico: o Cisne Branco.
A 8 de fevereiro de 1962, este veleiro passa a desempenhar as funções de navio-escola da Marinha Portuguesa, sendo rebatizado Sagres III.
Anteriormente, já tinham existido na marinha portuguesa dois navios desempenhando funções idênticas, o Sagres e o Sagres II.
Ao serviço da marinha portuguesa já deu três voltas ao mundo, a primeira em 1978/1979, a segunda em 1983/1984 e a terceira em 2010.
Batalha que se travou nas margens do riacho do mesmo nome, na província de Cadiz, em 30 de outubro de 1340, entre os exércitos dos reis cristãos da Península e os muçulmanos, com desfecho favorável aos primeiros. Terá sido um dos episódios mais importantes da Reconquista. O poeta Luís de Camões fez desta batalha um relato que constitui uma das mais belas passagens de Os Lusíadas.
Os antecedentes da Batalha do Salado começam em 1339, quando o rei muçulmano de Granada invade Gibraltar e assola os territórios cristãos do sul da Península. No ano seguinte, o rei de Marrocos atravessou o estreito com uma frota de 100 navios e entrou vitorioso em Espanha. Para fazer face à prossecução da ameaça muçulmana para norte, D. Afonso XI de Castela pediu ajuda ao sogro, D. Afonso IV, por intermédio da sua esposa D. Maria.
Os dois reis cristãos, anteriores inimigos, conseguiram uma vitória completa graças a uma excelente tática de combate e boa distribuição das tropas. Após a derrota, o rei de Marrocos fugiu para Algeciras, de onde regressou ao seu reino, e o rei granadino recuou para o seu território.
Graças à vitória cristã nesta batalha travaram-se definitivamente as tentativas de Reconquista da Península pelos muçulmanos. O reino de Granada manteve-se por mais 150 anos mas sem ser uma ameaça efetiva para os reinos cristãos.
A 29 de Outubro de 1816 nasce D. Fernando II, Rei Consorte de Portugal.
Ao longo da história do nosso país, vários foram os reis que se destacaram, pelos mais diversos motivos. No caso de D. Fernando II, o destaque vai para o seu amor à cultura e pouco interesse na política, algo incomum no contexto de poder em que estava inserido. Este rei acabou por contribuir para tornar o Palácio e Parque da Pena naquilo que são hoje, revelando igualmente um papel importante na autonomia de Portugal face à Espanha.
Chamado de “Rei-Artista”, D, Fernando II foi o segundo e último rei-consorte de Portugal, tendo ficado conhecido pela sua inteligência, vivacidade, e variados interesses, embora se soubesse que preferia evitar as questões políticas.
D. Fernando nasceu a 28 de outubro de 1816, em Viena, no palácio pertencente à sua família materna. Foi-lhe dado o nome de Ferdinand August Franz Anton Saxe Coburgo Saalfeld, e era filho do príncipe Fernando Saxe-Coburgo-Gotha e da sua esposa, a princesa Maria Antónia de Koháry. A sua família paterna governava os ducados de Saalfeld e de Coburgo, situados na Turíngia. O seu avô materno, Josef Koháry, era um nobre húngaro com residência em Viena, e proprietário de vários terrenos na Áustria, Eslováquia e Hungria.
O nascimento de D. Fernando foi comunicado a várias casas reais europeias, tendo a sua infância e adolescência ficado a cargo de Carl Dietz, de quem se manteve próximo mesmo após a vinda para Portugal. D. Fernando cedo demonstrou capacidade nas letras, dominando o francês, o alemão e o húngaro nas formas escritas e faladas, e mostrando grande inteligência e capacidade de aprendizagem. Era igualmente capaz de ler castelhano, latim, italiano e de compreender o inglês, embora não dominasse a escrita destas línguas. Além disso, interessou-se bastante por literatura, geografia, história e desenho, cantando igualmente muito bem.
Em 1835, surgiu a oportunidade de se casar com D. Maria II, a rainha de Portugal, que tinha enviuvado recentemente de Augusto Beauharnais. Após prolongadas negociações, D. Fernando veio para o nosso país, onde rapidamente tratou de aprender a falar e escrever a nossa língua. Deste casamento resultaram 11 filhos, entre os quais D. Pedro, futuro D. Pedro V. Foi só após o nascimento do primogénito que D. Fernando mereceu o título de rei.
Outros filhos do casal foram D. João, D. Maria Ana, S. Antónia, D. Fernando, D. Augusto, D. Leopoldo, D. Eugénio, D. Maria e D. Maria (tiveram duas filhas com o mesmo nome, já que nem todas as crianças sobreviveram, tendo algumas falecido com horas ou dias de vida). D. Maria faleceria a 15 de novembro de 1853, no Palácio das Necessidades, na sequência de um parto que correu mal. D. Fernando II foi então eleito regente, até à maioridade de D. Pedro V, que tomaria o trono 2 anos mais tarde.
D. Fernando acabaria por casar, em 1869, com a atriz, cantora e mãe solteira Elise Hensler, algo que escandalizou a sociedade da época. Na década de 60/70, teve oportunidade de assumir o trono espanhol, algo que recusou. Teve igualmente oportunidade de assumir o trono grego, e igualmente recusou.
Diz-se que, no momento em que considerava a hipótese de ser rei de Espanha, terá expressado: “Aceitando a coroa de Espanha, não me esquecia do país em que vivo há tantos anos, onde tenho a maior parte da minha família e que tem sido para mim a segunda pátria.(…) Sabendo, como sei, o amor que Portugal tem à sua independência, estipulei pela minha parte que a sucessão seria regulada do modo a que as duas coroas não recaíssem da mesma cabeça.”
D. Fernando II acabou por falecer em 1885, tendo o seu testamento sido polémico, já que deixava o Palácio e Parque da Pena à sua esposa, Elise Hensler, algo que desagradou ao seu filho e rei, D. Luís. I. A contenda acabaria por ser resolvida mais tarde, para contentamento de ambas as partes.
D. Fernando II e o Palácio da Pena
Este palácio fascinante está localizado a menos de uma hora de distância de Lisboa e é o melhor exemplo do romantismo português. A incrível maravilha arquitectónica que hoje se avista no topo da Serra de Sintra e os seus jardins, igualmente impressionantes, foram construídos no século XIX pelo rei D. Fernando II e pelas suas duas esposas. Saiba tudo acerca da forma como pode visitar o Palácio da Pena.
Data da idade média o primeiro edifício construído no local onde hoje se encontra o Palácio da Pena. Tratava-se de uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora da Pena. No final do século XV, o Rei D. Manuel I de Portugal ordenou a construção de um mosteiro no topo da colina, que se tornaria um local de meditação sagrado para os monges. O terramoto de Lisboa de 1755 levou o mosteiro a desabar. Contudo, as obras de alabastro e mármore da capela sobreviveram milagrosamente.
O mosteiro ficou em ruínas por algumas décadas, tendo sido o Rei D. Fernando II quem recuperou o edifício com o objetivo de construir uma residência de verão para a família real portuguesa. Para este efeito adicionou elementos medievais e islâmicos ao castelo.
Desta forma, o palácio foi construído em um estilo extremamente eclético, misturando elementos neogóticos, neomanuelinos, neo-slâmicos e neorenascentistas. Após a morte da sua primeira mulher D. Fernando II casou-se com a Condessa d’ Edla, que se tornou responsável pelo design do interior do palácio.
O Palácio é constituído por duas alas: o antigo convento manuelino da Ordem de São Jerónimo e a ala edificada no século XIX por D. Fernando II. A transformação de um antigo mosteiro num imponente castelo, onde D. Fernando II foi fortemente influenciado pelo romantismo alemão terminou em meados da década de 1860. No entanto, foram posteriormente realizadas várias campanhas de decoração de interiores.
O Parque da Pena nas áreas envolventes do Palácio é outro marco da responsabilidade de D. Fernando II. Apresenta jardins românticos, compostos por uma coleção de árvores raras, lagos, poços, fontes, esculturas e estufas que acomodam plantas excepcionais de todo o mundo. O clima húmido típico da serra de Sintra permitiu a criação deste Parque com mais de quinhentas espécies arbóreas.
27 de Outubro de 1699 – Lisboa é atingida por um grande sismo.
Passam hoje 323 anos. Foi no mesmo ano em que nasceu o Marquês de Pombal, o principal obreiro da reconstrução da cidade de Lisboa de um outro sismo, de maiores dimensões, em 1755.
No dia que hoje evocamos a capital do reino sofreu um tremor de terra de grau VII na escala de Mercalli. Mais tarde, o tremor de terra de 1755, irá atingir os graus X e XI da mesma escala, levando à destruição quase completa da cidade.
Na imagem, uma gravura de Lisboa, do século XVII, onde se pode ver o casario da cidade junto da Sé e do Castelo, antes do terramoto de 1699