
25 de Outubro de 1951 – A Rainha Dona Amélia faleceu na sua residência Le Chesnay, França
À semelhança de seu filho, o Rei Dom Manuel II, exilou-se em Londres, onde esteve até 1913.
Quando Dom Manuel II se casou, mudou-se para Château de Bellevue, perto de Versalhes, em França.
Durante a Primeira Guerra Mundial, sabemos que a Rainha Dona Amélia trabalhou na Cruz Vermelha, tendo sido condecorada pelo Rei Jorge V de Inglaterra.
Em 1940, os soldados alemães ocuparam a sua casa nos arredores de Paris.
Numa manobra de charme, Salazar pediu que o palácio fosse considerado território português e convidou-a a refugiar-se em Portugal.
A Rainha Dona Amélia respondeu «Na minha desgraça, a França acolheu-me, não a abandonarei na desgraça dela».
A sua correspondência com o Dr. Oliveira Salazar é muito interessante, e permite-nos perceber como é que Salazar influenciou a sua decisão de nomear herdeiro dos seus bens, o afilhado D. Duarte Pio (descendente da linha miguelista) que, aparentemente, Salazar chegou a considerar para o suceder (uma solução semelhante aquela que Franco implementou em Espanha).
Salazar permite que a Rainha Dona Amélia seja entrevistada por Leitão de Barros e que volte a ser “tratada” pelos seus títulos.
Finalmente, concede-lhe a possibilidade de visitar Portugal, e rezar junto dos túmulos do seu marido e dos seus filhos , Rei Dom Carlos, Rei Dom Manuel II e Príncipe Luís Filipe.
Esta visita trouxe milhares de pessoas às ruas, mas foi obviamente curta.
Não lhe interessava entusiasmar os muitos adeptos da monarquia.
No dia 25 de outubro de 1951, a Rainha Dona Amélia faleceu na sua residência em Versalhes, aos oitenta e seis anos, rodeada de fotografias e memórias, na cama pintada por Columbano.
Esta era a cama que a esperava no Palácio de Belém quando chegou a Lisboa para casar com o Rei Dom Carlos.
As suas últimas palavras foram “Levem-me para Portugal”.
Está sepultada no panteão dos Bragança, em São Vicente de Fora.