
8 de Fevereiro de 1908 | Funeral de D. Carlos e D. Luís Filipe
O atentado à família real a 1 de Fevereiro de 1908 vitimou o rei D. Carlos e o Príncipe D. Luís Filipe, cujas mortes foram declaradas pelos médicos reais, momentos depois ainda na Rua do Arsenal. Ambos haviam sido atingidos por duas balas: D. Carlos, atingido por trás, na nuca e no tórax e D. Luís Filipe no tórax e no rosto.
Os corpos foram levados para o Palácio das Necessidades onde, conforme a tradição, foram embalsamados. O processo revelou-se mais moroso devido aos ferimentos, e apenas foi concluído no dia 3. Na Capela do Palácio das Necessidades as vítimas do regicídio foram veladas, em caixões com tampo de cristal, até ao dia 8, quando foram levados para serem sepultados no Mosteiro de São Vicente de Fora, no Panteão Real da Dinastia de Bragança.
No solene cortejo fúnebre participaram várias figuras representantes de diferentes nações, diplomatas, nobreza portuguesa, cavalaria, Alabardeiros do Real Corpo de Archeiros, entre outros, e o povo que assistia nas ruas e às janelas. No Coche Real, seguiam enlutados D. Manuel II e a rainha-viúva D. Amélia.
Chegados defronte da Igreja de São Vicente de Fora, coberta de veludo negro, os caixões foram retirados dos coches e levados para a capela-mor, onde se deram as cerimónias fúnebres e missa de Requiem. Durante dois dias, as urnas permaneceram na Igreja para a última homenagem e despedida, até ao dia 10 de Fevereiro, em que foram colocados no Panteão Real da Dinastia de Bragança, dentro do Mosteiro.