
30 de Abril de 1824: Início da Abrilada. Expressão por que é normalmente designada a revolta de Abril de 1824 incluída nas guerras liberais portuguesas.
Tudo começou a 30 de Abril, quando D. Miguel, que havia sido nomeado generalíssimo do exército, prendeu no Castelo de S. Jorge e na Torre de Belém importantes personalidades civis e militares.
Contavam-se entre eles o barão de Rendufe (intendente-geral da polícia), o duque de Palmela (então no governo em coligação com o conde de Subserra) e o Visconde de Santa Marta, entre outros. D. Miguel considerava-os culpados de serem partidários do liberalismo e de seu pai, D. João VI, sendo sua intenção acabar com a “pestilenta cáfila de pedreiros-livres” (referência à Maçonaria liberal e constitucional).
Enviou, então, diversos corpos militares ao antigo Palácio da Inquisição, no Rossio (antigo Convento de S. Domingos, onde hoje se situa o Teatro Nacional de D. Maria), instalando aí o seu quartel-general.
Dá também ordens para que se cerque o Palácio da Bemposta, onde estava o rei, acompanhado do seu conselheiro inglês, o general Beresford.
A resolução deste conflito contará com o importante apoio do corpo diplomático em Portugal, em especial o embaixador francês Hyde de Neuville.
Numa tentativa de apaziguamento, o diplomata conseguiu entrar no palácio e convencer o rei a chamar o filho. Alcançou-se, então, um acordo que fez regressar as tropas aos quartéis, mas que mantinha os detidos encerrados, com exceção de Palmela, que se refugiou num navio inglês, prosseguindo assim a situação de instabilidade política e militar.
Em Maio, os diplomatas ajudaram D. João VI a refugiar-se no navio britânico Windsor Castle, onde tomou então uma série de medidas: demitiu D. Miguel do seu cargo, ordenou a libertação dos presos e a captura dos apoiantes do filho, que foi intimado a vir a bordo. Assim, retido, D. Miguel foi obrigado a embarcar com destino a França na fragata Pérola, pondo-se fim à sublevação dos miguelistas.