21 de Outubro de 1520 – Chegada da expedição de Fernão de Magalhães ao Cabo das Virgens, à entrada do estreito de Magalhães.
Passam hoje 501 anos que a frota de Magalhães alcançou este cabo, que marca a entrada do Estreito com o seu nome, e que este denominou então de “Canal de Todos os Santos”.
Fernão de Magalhães não se limitou a descobrir uma passagem entre oceanos: uniu e aproximou povos e culturas.
Na imagem, réplica da nau “Victoria”, de Fernão de Magalhães, Museu Nau Victoria, em Punta Arenas, Chile.
Hoje, Braga recorda uma das grandes personalidades da Alta Idade Média na nossa cidade e região: SÃO FRUTUOSO, mais conhecido devido ao importante monumento de Montélios, cuja averiguação artística e histórica continua a suscitar mistérios.
Bispo de Braga entre os anos 656 e 665 da era cristã, terá nascido na diocese de Astorga, na região de Bierzo. Estudou na Escola da Catedral de Palência. Depois de um tempo de peregrinação e recolhimento, terá fundado inúmeros mosteiros por toda a Galiza, vindo parar ao cenóbio de Dume em 653, do qual foi bispo, ascendendo daí à prelatura bracarense três anos depois, lugar que ocupou até à sua morte em 665.
Fundou um mosteiro em Montélios (Braga), junto do qual construiu uma capela para sua sepultura, que ainda hoje se constitui como um mistério para os investigadores. Na biografia elaborada por S. Valério, é referido que «numa pequena eminência, entre a cidade de Braga e a póvoa de Dume, (São Frutuoso) erigiu um mosteiro de grande nomeada, onde foi inumado o seu santo corpo».
As relíquias de São Frutuoso foram roubadas pelo Arcebispo de Santiago de Compostela em 1102, e apenas foram devolvidas em 1966!
18 de Outubro de 1517 – Nasce o Padre Manuel da Nóbrega, jesuíta português, um dos principais responsáveis pela evangelização dos índios no Brasil.
Passam hoje 505 anos do seu nascimento, na vila de Sanfins do Douro, no norte de Portugal. Estudou nas Universidades de Salamanca e Coimbra, ingressando, depois, na Companhia de Jesus.
Foi para o Brasil, em 1549, onde encabeçou a primeira missão jesuítica, lançando os fundamentos da actividade da Companhia naquelas paragens. Ajudou a criar colégios, abrir residências, fundar aldeamentos para defesa dos índios e foi co-fundador da cidade de São Paulo, juntamente com o Padre José de Anchieta.
Deixa-nos uma vasta obra de que destacamos: “Informação sobre o Brasil”, de 1549; “Diálogo sobre a Conversão do Gentio”, de 1557; “Casos de Consciência sobre a Liberdade dos Índios”, de 1567.
Na imagem, estátua do padre Manuel da Nóbrega em Salvador, no Brasil.
A 16 de outubro de 1793 foi guilhotinada Sua Majestade Cristaníssima, a Rainha Maria Antonieta da França e Navarra.
Um dia antes, escreveu uma carta em modo de últimas palavras, que podem ler abaixo: 🇫🇷👑
A você, minha irmã, é a quem eu escrevo pela última vez. Acabei de ser condenada não a uma morte vergonhosa, só é para os criminosos, mas para ir me encontrar com seu irmão de você inocente como ele, espero mostrar a mesma firmeza que ele mostrou nos seus últimos momentos. Estou tranquila como se está quando a consciência não censura nada. Tenho a profunda pena de abandonar meus pobres filhos; você sabe que eu só existia para eles e para você minha irmã boa e fofa. A você, que tinha sacrificado tudo pelo seu afeto por nós e para nos acompanhar, em que situação a deixou! Eu soube, pelo curso do mesmo processo, que minha filha está separada de você. Ai, minha pobre menina!, Não ouso escrever pra ela, não receberia minha carta; não sei, se quiser, se esta chegar às suas mãos. Receba a minha bênção para os dois; espero que um dia, quando forem mais velhos, possam encontrar-se consigo, e apreciar completamente os seus cuidados fofinhos. Que pensem os dois no que eu não cessei de inspirar: que os bons princípios e o cumprimento exato dos deveres são a primeira base da vida, que a sua amizade e confiança mútua lhes trará alegria. Que entenda minha filha que, na idade que ela tem, deve sempre ajudar seu irmão nas dicas que sua experiência, maior do que a dele, e seu carinho possam inspirar; que, por sua vez, meu filho empreste a irmã todos Os cuidados e os serviços que o seu carinho possa insiprá-lo; que saibam, enfim, os dois que em qualquer posição em que possam ser encontrados apenas pela sua união serão verdadeiramente felizes; que tomem o exemplo de nós. Quantos confortos nas nossas desgraças a nossa amizade não nos deu! E da alegria se goza duplamente quando pode ser partilhado com um amigo; e, onde encontrar um mais fofinho e mais unido do que na própria família? Que nunca esqueça meu filho, as últimas palavras de seu pai, que tantas vezes lhe repeti expressamente: ′′ que nunca tente vingar a nossa morte “. Preciso falar com você de uma coisa bem dolorosa para o meu coração. Eu sei quanta pena essa criança deve ter sido produzida. Perdoe-lhe, minha querida irmã; pense na idade que tem e no quão fácil é fazer uma criança dizer o que se quiser e até o que não compreende. Chegará um dia, assim o espero, em que tanto melhor sentirá ele todo o apreço das suas virtudes e da sua ternura pelos dois. Ainda falta confiar em você, meus últimos pensamentos. Eu queria escrevê-los desde o início do processo; mas, além de que não me deixavam escrever, a sua marcha foi tão rápida que, na verdade, não teria tido tempo. Morro na religião católica, apostólica romana, na dos meus pais, na qual sempre fui educada e confessei. Não tendo nenhum conforto espiritual para esperar, não sabendo se ainda existem aqui padres desta religião e nem mesmo se o lugar onde me encontro os exporia a muito perigo se entrassem aqui uma vez, peço sinceramente perdão a Deus de todas as falhas que pude cometer desde que existo; espero que, na sua bondade, queira aceitar as minhas últimas súplicas, o mesmo que os que faço há algum tempo para que queira receber a minha alma em sua misericórdia e a sua bondade. Peço perdão a todos que conheço, e em particular a você, minha irmã, por todas as mágoas que sem querer tenha podido causar-lhe. Eu perdoo a todos os meus inimigos o mal que me fizeram. Eu digo aqui adeus às minhas tias e a todos os meus irmãos e irmãs. Já tive amigos; a ideia de estar sempre separada deles e as suas mágoas são um dos maiores sentimentos que levo comigo ao morrer; que saibam pelo menos que até o meu último momento pensei neles. Tchau, minha irmã boa e fofa; tomara que essa carta possa chegar até você! Pense sempre em mim; abraço-a de todo o coração, o mesmo que a essas pobres e amadas crianças. Ai meu Deus, como minha alma rasga deixá-los para sempre! Tchau, tchau, eu não vou cuidar mais do que dos meus deveres espirituais. Como não sou livre nas minhas ações, por acaso me tragam um padre; mas protesto aqui de que não lhe direi nem uma palavra e de que o tratarei como um ser absolutamente estranho.”
Sem despedida final, assim terminou a sua carta, que nunca chegou ao seu destinatário.
14 de Outubro de 1847 – Nasce o escultor Soares dos Reis, autor de “O Desterrado”.
Considerado um dos maiores escultores portugueses do séc. XIX, António Manuel Soares dos Reis nasceu há 175 anos na freguesia de S. Cristóvão de Mafamude, Vila Nova de Gaia.
Desde cedo se fizeram notar os seus dotes artísticos. Foi com 14 anos para a Academia Portuense de Belas Artes, seguindo depois para Paris e Roma. Foi nesta última cidade que executou uma das suas obras mais emblemáticas “O desterrado”.
Já em Portugal, foi nomeado professor titular da Academia Portuense de Belas Artes, esforçando-se sempre por renovar e impulsionar o ensino da Escultura.
Na imagem, a escultura de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, de sua autoria, na cidade de Guimarães, junto à entrada principal da Colina Sagrada.
Hoje é o dia de elevar as nossas orações a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil.
Sabia que a coroa e o manto de Nossa Senhora Aparecida foram doados pela Sua Alteza Imperial a Princesa Isabel do Brasil?
Em 1717, quando da visita do governador a Guaratinguetá, foi ordenado aos pescadores que recolhessem do Rio Paraíba do Sul a maior quantidade possível de peixes, para que toda a comitiva pudesse ser alimentada e festejada com uma grande recepção. Juntos lançaram as redes por horas e horas, mas não estavam a conseguir pescar nada.
Quando já estavam quase a desistir, um pescador chamado João Alves, apanhou uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, primeiro o corpo e depois a cabeça, e enrolou-a em um manto. Em seguida, as suas redes que até então vinham vazias, abundavam em peixes.
A pesca, milagrosa, eles atribuíram à imagem da santa. Ao regressarem a casa e, ao limparem a imagem com cuidado, viram que se tratava de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de cor escura. Então, cobriram-na com um manto e a colocaram num pequeno altar dentro de casa, onde passaram a fazer suas orações diárias. A novidade se espalhou e todos da vizinhança acorriam para rezar diante dela. Invocada pelos devotos como “Aparecida” das águas, durante quinze anos seguidos, a imagem ficou na casa da família do pescador.
Dezessete anos depois do achado, foi construída a primeira capela que rapidamente se tornou um ponto de peregrinação para os viajantes.
Em 20 de abril de 1822, em viagem pelo Vale do Paraíba, o então Príncipe Regente do Brasil, Dom Pedro I e sua comitiva, visitaram a capela e conheceram a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
O número de fiéis não parava de aumentar e, em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior (a atual Basílica Velha), sendo solenemente inaugurada e benzida em 8 de dezembro de 1888.
Em 6 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e ofertou à Santa, em pagamento de uma promessa (feita na sua primeira visita, em 8 de dezembro de 1868), uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com um manto azul, ricamente adornado.
Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira Principal em 16 de julho de 1930, por decreto do papa Pio XI. A imagem já havia sido coroada anteriormente, em nome do papa Pio X, por decreto da Santa Sé, em 1904.
Pela Lei nº 6 802, de 30 de junho de 1980, foi decretado oficialmente feriado o dia 12 de outubro, dedicando-se este dia à devoção. Também nesta lei, a República Federativa do Brasil reconhece oficialmente Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil.
Passam hoje 212 anos deste combate que se deu em Alenquer, no decurso da terceira invasão francesa, tendo participado, por parte dos Aliados 3792 homens, que integravam os Caçadores n.º 1, 3 e 4, e os Regimentos de Infantaria n.º 1 e 16.
Na imagem, mapa com o itinerário do Marechal Massena, quando o seu exército invadiu o reino de Portugal, em Setembro de 1810, e onde se pode ver a localidade de Alenquer.
No ano de 1537 deu-se o primeiro cerco à fortaleza de Diu (Índia), então nas mãos dos portugueses. Cerca de 23 mil otomanos (turcos), chefiados por Suleimão Paxá, puseram cerco à fortaleza, defendida por 600 portugueses. Certos da vitória, foi enviada uma carta aos defensores, exigindo a rendição, sob pena de os exterminar, caso não o fizessem. A resposta de António da Silveira, comandante da fortaleza, foi esta:
“Muito honrado capitão Paxá, bem vi as palavras da tua carta. Se em Rodes tivessem estado os cavaleiros que estão aqui neste curral podes crer que não a terias tomado. Fica a saber que aqui estão portugueses acostumados a matar muitos mouros e têm por capitão António da Silveira, que tem um par de tomates mais fortes que as balas dos teus canhões e que todos os portugueses aqui têm tomates e não temem quem os não tenha”.
A esta resposta seguiu-se o ataque otomano que, após meses de cerco, acabaram por desistir. No momento da retirada restavam 40 portugueses em condições de combater.
9 de Outubro de 1867 – Inauguração do Monumento a Luís de Camões, na Praça com o mesmo nome, da autoria de António Victor Figueiredo de Bastos.
Foi há 155 anos, no dia que hoje evocamos, que na cidade de Lisboa, na Praça Camões, devidamente adornada e embandeirada, se procedeu à cerimónia da inauguração deste Monumento.
Foi na presença da família Real, tendo sido tocada pelas bandas de música ali reunidas uma marcha dedicada a Luís de Camões, de Artur Frederico Reinhardt. Seguiu-se, depois, o cortejo para junto do monumento e os discursos do Presidente da Comissão Central dos Subscritores e do rei D. Luís. Por fim, foi descerrada a estátua, seguindo-se uma girandola de foguetes e várias salvas vindas do Castelo de S. Jorge, de outras fortalezas da cidade e de navios de guerra que estavam ao largo do rio Tejo.
Na imagem, gravura da inauguração do Monumento a Camões, no semanário ilustrado “Archivo pitoresco”, n.º 28, de 1867.
5 DE OUTUBRO DE 1143 – DIA DA INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL
É em 5 de Outubro de 1143 que Portugal se tornou, de facto, uma Nação independente.
Aproveitando o prestígio ganho por D. Afonso Henriques na estrondosa e esmagadora vitória de 1139 sobre os mouros em Ourique, onde foi aclamado Rei pelas tropas portucalenses, o Arcebispo de Braga, D. João Peculiar, desenvolveu uma bem conduzida acção diplomática, conseguindo reconciliar os primos D. Afonso Henriques de Portucale e D. Afonso VII de Leão e Castela, Imperador da Hispânia. D. João Peculiar consegue um encontro entre os dois líderes na cidade de Zamora e, no dia 5 de Outubro de 1143, D. Afonso VII, na presença do representante do Papa, o Cardeal Guido de Vico, reconhece a independência do Condado Portucalense, que adquire o estatuto de Reino, e confirma o título de Rei de D. Afonso Henriques. Na qualidade de “Imperador de toda a Hispânia”, queria D. Afonso VII, em troca, que D. Afonso Henriques lhe prestasse vassalagem, mas o nosso primeiro Rei contornou o problema fazendo-se vassalo da Santa Sé, um suserano ainda mais poderoso do que o Imperador da Hispânia.